Não sou nenhum filho pródigo

Sentir-me-ia muito melhor se dormisse só

e não me sentisse sozinha,

dormindo acompanhada

e me sentir só

é bem pior.

mesóclise necessária neste inicio de versos desarticulados

comparado a um soneto de Camões ou Vinicius de Moraes.

Nem sei por que permite esse sepulcral silêncio,

procura-me para dormir quando se sente só

se na verdade está só é melhor

que acompanhada e sozinha

abraça-me tão fortemente que chego a me iludir

com seu cheiro aqui,

encaixa suas pernas no meio da minha com tanta vontade,

se sozinha está, na madrugada me liga

me chama se comigo não está

e vem, se aconchega, e dorme e faz amor comigo.

Distância-se de repente como um gato escaldado,

parece que o fantasma a atormenta,

um fantasma indefinido e abstrato

que nada oferece, senão migalhas...

Migalhas que a abastece e que eu achei que me abastecesse também,

mas me enganei

não sou nenhum filho pródigo, e se fosse,

voltaria correndo a casa de meus pais

e comeria um bezerro com meus amigos.

Lu Maximo
Enviado por Lu Maximo em 28/11/2009
Código do texto: T1948953
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