Uma vida!
Uma vida!
Escrevi poesias no vento
Andei pelo arco íris
Senti cheiro de absinto
Masquei ervas nativas.
Dormi em baixo da lua
Matei a sede na chuva
Corri para não chegar
Rezei sem ajoelhar.
Decidi no par ou impar
Blefei quando não tinha nada
Fiquei sério, mas quis sorrir.
E gargalhei pra não chorar.
Doei sangue e era vermelho
Comi feijão com farinha
Cuspi as pimentas fora
Me lambuzei de amora.
Fumei cigarro de palha
Li á luz de lanterna
Nadei pelado no rio
Vi as estrelas cadentes.
Ganhei bagagem e estrada
Garimpei cada beleza
Nunca fui dono de nada
Eu só escrevi poesia!
Santaroza