NAS RETICÊNCIAS...

Para que queres minhas lágrimas?!

Porque destruistes meus sonhos

Matastes minhas esperanças

Apunhalastes meu coração!...

Trazendo agonia a minh’alma?...

Sou o reflexo da noite

Sem estrelas... Sem lua!

Escuro dia ao abandono do sol

Natureza morta.

Leito seco de um rio

A flor que secou no abandono!...

Do que fui restaram sombras!...

Hoje sou brisa que se perde nas pradarias

Sobre o leito de um amor desfeito...

Por entre ondas de um mar de tristeza

Pálida e triste a face

Outrora rosa cálida

Emolduranda

Por belos e alegres sorrisos

Mulher-menina ardente

Resplandecia em desejos

Inconseqüente no amor

Amor que era sonho

Vivido em vôos de prazer,

Dando-se com espontaneidade...

De mim fizestes uma arvore seca

Sem alma, um coração despedaçado

Emissário de um morbido prazer

Mata tua sede em minha dor

Alimentando teu ego em saber

Deste amor que não morre

Tripudias sobre meu penar

Alimentando-se das marcas indelévies

Que em mim deixastes com teu egoismo.

Das juras de amor mentirosas

Amor que é amor, mesmo sofrido

Sobreviverá ao tempo

Na poesia se fará lamento

Em versos rimados em amor e dor

Vivo nas reticências!...

Até o último ponto...

Por mais que tenhas machucado!...

Meu amor desprezado, sofrido...

Um amor não morre simplismente

Como troféu de tantas feridas

Em redenção por minha escravidão

carregarei até meu último suspiro.

Santo Andre

SP-BR

CCristal
Enviado por CCristal em 24/05/2005
Código do texto: T19473
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