JANELA

Euna Britto de Oliveira

Site de Poesia: www.euna.com.br

Molhei o vento com o suor do meu rosto,

andando, de férias, na praia.

Belisquei a fruta, sem fome.

Na palma da mão,

a tatuagem de um barco sem timão,

de um raio sem trovão,

a universal letra M,

a inicial de milhões de nomes,

não do meu, nem do seu.

Viajo nessa Internet gratuita

que me conecta ao universo

e vai liberando versos...

Adoto uma estrela,

dou-lhe carinho,

lustro suas pontas,

pisco o olho para ela,

elogio, porque é amarela,

mas não pergunto a idade dela,

pois sei que é mulher!

E velha...

Mas brilha!

E vela!...

Depois, coloco lá em cima

um sentimento não abortado,

crescido, criado,

autêntico, não caiado,

impossível de ficar comigo...

Vai, sentimento,

fica morando naquela estrela!

Um suco de maracujá me adormece

e, no sonho,

vou visitar minha estrela.

Já tomou seu banho de sol,

minha sentinela...

Meu sentimento está com ela,

lá em cima,

como uma criança que não quer ser vista,

e oculta só o rosto atrás de uma coluna,

julgando-se inteira escondida!

Meu sentimento está brincando de esconder,

logo onde todo mundo vê!

Na ponta que aponta o que seria

minha maior felicidade!...

Mas não pode!

Sublimação...

Sublime ação!

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 15/07/2006
Código do texto: T194645