Kafikaniana
Como em Kafka, estou preso numa arapuca,
acuado num bico de sinuca
à espero da mulher maluca
que atirará em minha nuca.
Coisa de maluco, "Seo Doutor".
Tanto artefato ameaçador,
tanto gesto ameaçador
que temo até a Lagosta ao Termidor.
Um horror,
meu ex amigo tenor.
Um pavor,
meu esquecido amigo de favor.
Poema de Manicômio.
De viciado em isotônico
e em verso irônico.
Coisa de quem não tem o que fazer,
que deveria se benzer
no primeiro Santuário,
sob pena de não receber o suado salário
que chamam de "Suborno para Otário".
Deve ser o adiantado do horário
que faz o Celibatário
subir pelas paredes
desejoso do corpo de Mercedes.
E "la Nave Va" Felini.
Alguém escuta Paganini,
nesses tempos em que nada é crime
até que a "Otoridade" cisme.
Poema Retrô,
servido no velho Bistrô.
Poesia cretina
saida de alguma esquina
donde tombam bêbadas
as antigas labaredas.