Houve um dia, nas brumas que se foram
em que acreditei no que compunha
num sonho destemido
a desfilar palavras cruas
portando uma bandeira

Nesse passado estranho havia a forma
num bastar-se, num ser talvez completo
algum sinal de uma entidade confiável
um momento em que as juras
deveriam jamais ser enunciadas.

Esse estereótipo de fundo tão complexo
nunca dirá do que me vai por dentro
ou de tuas confusões inevitáveis
das dores do percurso, a linha vã
sem fim e sem propósito palpável

Na lágrima perdida o ar escuta
apenas o soluço, o vago balbuciar
não há mais no que crer
nem mesmo o signo
é digno...


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