a cada gota

a cada gota

insiro teu veneno

dentro da minha veia

viajo

vagueio

tropeço

meu corpo se incendeia

cambaleia

e exausto

cai

quase morto

largado aos teus pés

a cada gota

me abres feridas

me causas espantos

espasmos

dores

orgasmos

me tiras a vida

me arrancas verdades

me trancas guardado

dentro da saudade

que já jazia esquecida

me mostras quem és

a cada gota

me tomas de assalto

me pegas de jeito

me tornas refem

de muros altos

chaves

cadeados

encurralado

e aquém

a cada gota

me abandonas de mim

me deixas meio assim

assustado

mergulhado num vão

arrancado do chão

como se fosse flor

a minha revelia

cercado de poesia

em estado de amor

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 25/11/2009
Reeditado em 25/11/2009
Código do texto: T1943807