CORPOS SE AMAM...
Abre-se suavemente a porta do quarto...
Levando uma tênue luminosidade...
Ao quarto frio...
No ar um aroma de sedução...
Passos, calmos e decididos...
No leito um corpo freme...
Com este andar conhecido...
Fecha-se a porta lentamente...
Na penumbra a sombra se aproxima...
Os passos tornam-se uma canção...
A escuridão não esconde o brilho...
Que emana de olhos repletos de excitação...
Olhar caliente, malicioso...
Cruza com outro olhar fogoso...
Que aflora dos olhos de uma fêmea sedenta...
Carente de amor...
Um repicar constante na janela...
Denuncia a chuva fina que cai lá fora...
Os corpos com peles eriçadas...
Pela leve brisa úmida...
Que passam pelos frisos da janela...
Convidam estes corpos a enroscarem-se...
Embaixo do edredom...
Os olhares se cruzam...
Examinam-se mutuamente...
Cheios de timidez...
Relembram momentos idos...
Dois peitos arfam...
Prevendo o doce momento...
Aos poucos ele se aproxima...
Palavras não são necessárias...
Olhar incisivo devora o corpo da fêmea alucinada...
Um pequeno biquíni esconde seu sexo...
Úmido e sedento por este louco momento...
Com os olhos ele a admira e a devora...
Não é apenas um devaneio...
É uma obra prima...
Esculpida pelo Criador...
Deitada e ansiosa por este momento de amor...
Primeiro toque, uma onda de excitação...
Domina o corpo seminu...
Calor, tesão a flor da pele...
Dois seres ávidos...
Repletos de desejos...
Cheios de malícias...
As mentes ferventes...
Viajam entre a ansiedade...
E a vontade de fazer este instante eterno...
A adrenalina alucina...
Músculos tensos...
Sangue em ebulição...
Disparam uma onda de extremo prazer...
Que fazem emanar um aroma lascivo...
Que domina o ar...
Um beijo doce e febril...
Mãos alucinadas percorrem locais proibidos...
Dois corpos se enroscam...
Inquietados e alucinados...
Fundem-se num único...
Não a dominador nem dominada...
Só existe amante e amada...
Ensandecidos pelo frenético momento...
Um duplo gemido corta o silêncio pleno...
Dois corpos latentes desabam na cama...
Suados e esgotados...
Continuam unidos...
Não ousam se desgrudar...
Foi aberto o trinco da caixa de pandora...
Desejos saciados...
Corpos molhados...
Sensações redescobertas...
Deliram por terem reencontrado...
O prazer a muito esquecido...
Dois corpos se amam...
Absorvendo a essência da vida...
(Ocram 10/07/06)