POEMAS QUE PASSAM...
Eles passam por mim
nas ondas de vozes,
nas marés ferozes,
nas cores do espectro,
no prisma inverso,
nos vidros que piso,
nos ventos que aliso…
Eles passam por mim,
anjos e répteis,
pesados, voláteis,
divinos, sombrios,
amorfos, em cios,
bisturis precisos,
passos indecisos…
Eles passam por mim
e magoam-me,
elevam-me,
inventam-me,
cobrem-me,
descobrem-me,
traem-me,
distraem-me,
escrevem-me,
descrevem-me.
Passam por mim
e estremeço
a cada encontrão
que eles me dão…
Um dia,
sei lá,
ou aprendo a ter asas…
ou caio,
de vez,
no chão.
Eles passam por mim
nas ondas de vozes,
nas marés ferozes,
nas cores do espectro,
no prisma inverso,
nos vidros que piso,
nos ventos que aliso…
Eles passam por mim,
anjos e répteis,
pesados, voláteis,
divinos, sombrios,
amorfos, em cios,
bisturis precisos,
passos indecisos…
Eles passam por mim
e magoam-me,
elevam-me,
inventam-me,
cobrem-me,
descobrem-me,
traem-me,
distraem-me,
escrevem-me,
descrevem-me.
Passam por mim
e estremeço
a cada encontrão
que eles me dão…
Um dia,
sei lá,
ou aprendo a ter asas…
ou caio,
de vez,
no chão.