ENCANTO
Quando o olhar estanca,
tomado em festa, a cintilar
e o peito, como que rompe a tranca,
cabeça dança num simples notar;
adora-se como magia,
calor se alia com o cativar.
O encanto é feito feitiçaria,
o que só Deus pode explicar.
Alguém se perde em desejos,
anseia afagos, agonia por beijos,
carícias, gozo, delícias do seu tentador;
também se acerca de apegos,
cuidados, xamegos, preocupações,
se ilude e não quem ajude a enxergar a dor.
Vem do sorriso de um menino,
do fino fio da flôr,
na sina de um peregrino,
está no jeito do cantor.
Se impõe assim, tão envolvente,
suave e quente, doce sabor.
O encanto, na gente,
é o estandarte do nosso amor.