Dá-me
De igual saudade,
esta dor não é...
... sofra em ti por mim
e livra-me sim
das dedicatórias,
da filiação, dos atos de fé,
dos cem metros rasos,
sapatos rasgados
macerando pés.
Da fraternidade
do pecado limpo
tocha da memória
do fogo do Olimpo
o que nunca é,
o que deve ser,
no câncer da história
Do sistema arábico
da identidade,
especialmente,
a de não nascer
porque há de trazer
um defeito atávico.
Faça-me demente
de verdade fácil
como saltimbancos
de magia fácil
vida livre aos trancos.
Livra-me também
da falsa bondade
de ser acolhida
pela orfandade,
ilha de saudade.
Livra-me, por bem
e, principalmente,
dá-me o acaso,
da diacronia,
que enfim partia.
Esconda o previsto
dá-me a liberdade
do instinto livre, da estupidez
da emoção demente,
do todo impreciso,
que me foi doado
porque sim, talvez,
não decerto, o certo!
Atos de juízo,
troco ou prejuízo
dá-me maratona
certeiro sorriso
num querer incerto
e num olhar de incesto
insana Madona
falsa Monalisa.
...num bissexto incerto
deixa-me só ser
quando da minha vez .