O QUE RESTOU
Minha alma hoje esfarrapada
Sente saudades de tempos idos,
Enfraquecida em sua jornada
Torna-se saudosista de anos vividos.
Longe esse tempo está; Corroendo o coração
Em gemidos, descompassado no peito.
A minha alma pobre, louca sem razão,
Procura em desespero o caminho já desfeito.
Assim caminho pelos estreitos beirais
Das estradas, onde tudo é solidão;
Transeuntes por ali não passam, mas
Só os oprimidos se arrastam pelo chão.
O destino, meu carrasco, ainda gargalha
Quando quer zombar do que sobrou,
Sem piedade aproxima e atrapalha
O que restou ... um pouco de gente que ficou!