O QUE RESTOU

Minha alma hoje esfarrapada

Sente saudades de tempos idos,

Enfraquecida em sua jornada

Torna-se saudosista de anos vividos.

Longe esse tempo está; Corroendo o coração

Em gemidos, descompassado no peito.

A minha alma pobre, louca sem razão,

Procura em desespero o caminho já desfeito.

Assim caminho pelos estreitos beirais

Das estradas, onde tudo é solidão;

Transeuntes por ali não passam, mas

Só os oprimidos se arrastam pelo chão.

O destino, meu carrasco, ainda gargalha

Quando quer zombar do que sobrou,

Sem piedade aproxima e atrapalha

O que restou ... um pouco de gente que ficou!

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 22/11/2009
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