Vampiros da madrugada
Altas horas da madrugada,
eu dormia,
um sono profundo,
sonhando,
com a minha namorada.
Foi quando nele
se intrometeram
sem que eu percebesse,
vampiros famintos,
que em atos patéticos,
sugavam-me com gula,
das veias dilatadas,
o meu sangue poético.
Curiosamente,
eu me senti satisfeito,
tendo em vista o fato,
que todos faleceram,
pois o meu sangue
não continha
os nutrientes
da inspiração
e, não sustentaram
a sede e a fome
voraz daqueles seres
inclementes.
Somente hoje, entendo,
porque em época passada,
o meu mestre de literatura,
dizia-me convicto:
não se preocupe, Jaime,
você jamais será poeta,
mas, em compensação,
independente da época
ou da sua idade,
terá por toda a sua vida,
plena e total imunidade
contra as vampiragens.
Após anos decorridos, constatei
com grande satisfação,
que assim dizia, não por maldade,
mas, por uma invejável faculdade,
que ele possuía em prever
o futuro com antecipação.
Portanto, chô...chô... vampiros
da madrugada, afastem-se de mim,
se não quiserem morrer
da falta de inspiração
dos versos, estrofes e poemas
que compõem as minhas
poesias mal elaboradas.