A Figueira
Há uma figueira, no meio daquela vinha,
Sentindo-se triste e só.
Não produz os mesmos frutos.
Recebe, do mesmo jeito, sol e vento
Mas, recebe-os diferente,
com um outro olhar.
Há uma figueira fincada no meio
daquela vinha,
Que luta para dar frutos,
mas, ninguém aceita, só rejeita.
Há uma figueira que, diante das demonstrações,
Aprendeu a ter humildade
para completar o tempo de espera,
Esperando só.
Há uma figueira, no meio daquela vinha,
Que, na profusão de indagações
e de desencontros,
Resolveu sonhar.
E, na linguagem dos sonhos,
Resolveu mergulhar-se.
Não dará frutos
para o bom vinho.
Logo, prepara, com carinho,
outros encantos,
Para, além da vinha,
Outros seres embriagar.
Há uma figueira, no meio da quela vinha,
Que, às vezes, não entende
porque está ali,
Mas fica e espera
O tempo se revelar.