Momento de fraqueza
Dizem-me: Carlos, pára de chorar.
Parar de derramar o pranto?
Purificar minha alma enferma,
Tão cheia de pecados?
É melhor não responder as questões.
A tristeza, companheira verdadeira,
Jamais me abandonará — tentei outrora.
Carlos, desata. Vá viver a vida,
Curta o momento ao máximo, rapaz;
Ele vai, não volta, entretanto
Aí estás, assim ficarás?
Digo: Ficarei, permanecerei emudecido,
Cabisbaixo em meu canto...
Sentindo a voracidade da dor
Sufocando meus ais...
Meu choro é santo, de certo,
Se o ponto crucial da existência,
For somente sentir e calar.