Eu e o tempo
FVC abril de 2000
E o sol brilhou na minha janela,
e o vento sem rumo aqui bateu.
Abri para ver se era ela,
e ao abrir vi que era eu.
Descobri com a luz do sol,
que a chuva vem para molhar.
E abro o seleiro e meu paiol,
nova semente vou cultivar.
E hoje graças a esse tempo,
saio na chuva sem medo de me molhar.
E hoje me sinto e sinto o vento,
sol nova semente a fecundar.
E fico a noite a sós no sereno,
inventando histórias de nova maneira.
Meu sonho grande é ser pequeno,
mas com a mesmo força da estrela.
E o tudo me disse um "oi",
parece-me estar tudo bem.
Não quero saber do depois,
quero somente ser esse alguém.
E o presente que é semente,
e a chuva que agora molhou.
Foi o tempo que fez o cultivo,
arvore vida, que mal começou.