ESCONDERIJO

por Regilene Rodrigues Neves

No meu esconderijo íntimo

A poesia derrama da alma

Saram feridas dilatadas pelo tempo

Enxugam lágrimas de solidão

Enquanto a saudade veste fantasias...

Finjo lugares lindos

Amores secretos

Enquanto bebo cálices de amor

Até me embriagar de felicidade

E adormecer no meu leito de sonhos...

Sonhar lugares

Onde posso atracar minha esperança

E embarcar do infinito do meu eu

Encontrar versos perdidos

E sopra-los para fora

Feito folhas de outono...

Sentir cheiro de primavera

Sair do lugar frio dos meus medos

Aquecer meus sentimentos de desejos

Sentir prazer onde há tempos

Sobrevivo de carinhos efêmeros...

Passear pelo jardim do meu eu

Colher flores

Enfeitar minha alma de pétalas

Até minha essência

Escorrer meu perfume de mulher

Saciar meu corpo de um poema

Que exale prazer

E eu deixe de me esconder

Nessa poesia íntima

Que sara, mas não curam

As feridas do meu ser!...

Em 19 de novembro de 2009