Último desejo de um condenado por um Tribunal Poético
Cansado de tentar escrever
algo que valha a pena se ler,
arrisco novamente a sorte,
preenchendo esta folha em branco
com esperanças de um condenado a morte,
que anseia pelo perdão aos prantos.
Pensativo, me ponho a imaginar,
que em breve, ele não vai mais respirar
e, eu, continuarei vivendo
na ilusão de me realizar escrevendo.
Ele esforça-se por viver,
eu, esforço-me por escrever;
ele terá injeção letal na veia dilatada;
eu, queria que a minha fosse de vida, na alma inspirada.
Diz o conhecido ditado:
"Querer não é poder!"
Verdade, pois, se assim não fosse,
ele não iria morrer
e, eu, conseguiria escrever,
confesso-lhes decepcionado,
após ter sido pelo Tribunal Poético
inapelavelmente condenado.