Último desejo de um condenado por um Tribunal Poético

Cansado de tentar escrever

algo que valha a pena se ler,

arrisco novamente a sorte,

preenchendo esta folha em branco

com esperanças de um condenado a morte,

que anseia pelo perdão aos prantos.

Pensativo, me ponho a imaginar,

que em breve, ele não vai mais respirar

e, eu, continuarei vivendo

na ilusão de me realizar escrevendo.

Ele esforça-se por viver,

eu, esforço-me por escrever;

ele terá injeção letal na veia dilatada;

eu, queria que a minha fosse de vida, na alma inspirada.

Diz o conhecido ditado:

"Querer não é poder!"

Verdade, pois, se assim não fosse,

ele não iria morrer

e, eu, conseguiria escrever,

confesso-lhes decepcionado,

após ter sido pelo Tribunal Poético

inapelavelmente condenado.

Jaime Rezende Mariquito
Enviado por Jaime Rezende Mariquito em 19/11/2009
Reeditado em 20/11/2009
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