Ser Poeta

O poeta percorre

Os caminhos de seus sentidos,

Embrenhando-se em quaisquer palavras

E as tem como suas.

O poeta tem os caminhos na mente

E os destinos na pena.

Faz seus os dias, as horas,

Sofre, goza, viaja, realiza.

O poeta pensa que tudo pode, pois tudo sente

E tudo vibra no seu íntimo

Com a intensidade das grandes tormentas.

O poeta acredita que tudo pode,

Que tem o arbítrio para se enebriar e voar

Por além das palavras.

Entorpece de dores, de amores, de prantos, de encantos.

E crê-se livre por além das folhas mortas

Em que pousou seus sentimentos.

Ignora a vida real, onde os sonhos não podem ter cor

E a loucura da mente está isolada nos manicômios sociais.

Quando tira os olhos das folhas mortas

Revelando o ser de letras tortas

Perde-se por entre as normalidades impostas.

E então sofre... e morre um pouco a cada dia.

Porque o poeta não tem vida no mundo dos homens.

Rosimere Ferreira
Enviado por Rosimere Ferreira em 13/07/2006
Código do texto: T193115