[Além dos Muros]
[Mulheres há que, no enigma de um silêncio,
escrevem um poema com a letra do sorriso
que ilumina a sua beleza — eu vi, eu sei...
anotação do meu Caderno 4]
***
Escôo no tráfego lento... Perdido
nas voragens da vida, porém,
de infatigáveis olhares oblíquos,
sigo por essas ruas instigantes...
Busco do outro lado dos muros,
o trêmulo prazer da lúbrica carne!
Meu olhar quase esflora as belas faces,
tenho ânsia de tocar com os lábios
a maciez dessas belezas tantalizantes;
nada a fazer: sou assim, desejante, vário...
[Penas do Desterro, 17 de novembro de 2009]