HUMANA
Euna Britto de Oliveira
03/01/2002
Às vezes, minha alegria é triste...
Às vezes, é minha tristeza que é alegre!
A primeira vez que vi Paris não existe,
porque nunca fui a Paris.
Estivemos perto, chovia,
ele, gripado, disse-me:
— “De outra vez você vai lá!”
Como se Paris fosse ali!...
Como se fosse possível outra vez,
outra vez nós dois,
e Paris depois...
Era com ele que eu queria ir!...
Às vezes, corro atrás do perigo...
Às vezes, o perigo corre atrás de mim...
Grandiloqüente, a dama!
Uma fama limpa é sua cama,
quem não ajunta, esparrama...
Vi lama nas botas do Rei Artur,
nas rodas do carro azul...
É assim que Deus gosta de mim:
Verdadeira,
espontânea,
mediana,
meridiana,
humana.
Milho verde, mandioca frita,
churrasco, cerveja, frango assado, chope...
Nunca mais!
Velas, kíries, ladainhas, miserere...
Desse destino não escapam
nem mesmo os reis e rainhas...
A vida sempre foi,
é
e será assim!...
Está tudo certo,
só acontece o que Deus permite.
O que não pode é o coração deserto!...
Ficaria muito feio!
Visto de longe ou de perto...