Ilusão
Ilusão
Um sintoma, um palpite
Uma estranha sensação
Um não sei o quê, uma insinuação
O que vejo?
Um branco vasto, sem sobras de cor
Uma confusão em meu redor
Golpeio o ar
Apago linhas que não vi
Procuro alguém
Alguém que me direccione o fim
Vagueio o espaço
Encontro almas perdidas
Que não respondem
Lançam questões repetidas
Perfumam o chão e o vento que não permanece
Já não as vejo, e o calor arrefece
Tento alcançar em baixo o duro e plano
Mas não há!
Por baixo de mim há um imenso branco sem fim
Não sei voar, mas olho-me e vejo
Que estou a planar
Num chão escondido
Que outrora vejo enraizar
Elevando meus pés
Num súbito levitar
Não me amedronto
Pois este breve encontro
Estará por dizer
O fim próximo
Que há-de aparecer!
Lacrima D’Oro