Costumes

*Os costumes não são inocentes ...

e por isso acuam todas as gentes.

Vivemos por costume

e se queixamos algum queixume

logo se presume

que o acontecido ato

estava embutido em nosso Contrato.

Herdamos a Grega Tragédia,

queremos o anônimato da média,

pois o destaque, embora querido,

assusta-nos como pudor desaparecido.

O quê nos fez assim?

Repetentes de (in) sinceros sim.

Seguimos moda,

posto que o quê nos incomoda

não é sermos o Rebanho,

mas irmos para um matadouro estranho.

Amedronta-nos o Eu.

O nosso Eu.

Que nos foge no espelho

e se esconde vexado em vermelho.

Tememos o ajuste

onde não nos servirá qualquer embuste,

pois a nossa Verdade

está entre o que queremos

e o que fazemos.

E esse hiato não nos parecia parte do Trato.

Vivemos o que pudemos.

Muito pouco, se comparado

com o aquilo que nos estaria reservado.

O que fizemos dos nossos Sonhos?

Em qual Banco os empenhamos?

Com qual agiota os deixamos?

O que fizemos no Passado?

O que se tenta no Presente?

* Os costumes não são inocentes ....

* frase proferida pelo Antropólogo Roberto da Mata