Ao destino
Ao encontrar-me no emaranhado do meu ser,
foi então que pude perceber quem sou.
Da cumplicidade dos atos ao meu viver,
Sem sentido complexado estou.
Que cruz carrego no lombo, tal qual um bicho,
Peso farto, péssimo fardo.
Dele vem o acesso ao lixo,
Empurro, importo e torno árduo.
Desesperadas são as flores,
Sequiosas rosas e margaridas,
Tulipas e gardênias sentem dores,
O amor que não tem, pragas entendidas.
Os meus versos são sensíveis e amenos,
Lareiam frágeis sons harmônicos.
Bailam graciosos, comodoros serenos,
Com anjos fartos, sândalos demônios.
Tinha então a sina desacerbada,
Muito antes mesmo da minha existência.
A tão angustiada faca defragada,
Atravessada na minha consciência.