Felicidade
Estou preso em algemas sem correntes.
Se separar as mãos creio que me solto,
Mas tenho medo da liberdade.
O pássaro-criança que existe em mim
Tem medo de voar, pois não conhece o sabor dos ventos;
As poucas vezes que tentou, cortaram-lhe as asas
E agora o medo o domina.
Sinto que a queda me fará crescer novamente,
Como a semente que cai na terra e cresce,
E se transforma na mais bela das rosas.
Mas a altura parece ser enorme
E o medo de deixar de ser parte de um todo
Para ser o todo de uma parte
Quebra as raízes que se fixam em minha ideologia.
O cigarro que queima entre meus dedos me destrói,
Mas a sensação diabólica de estar morrendo me fascina,
Então mais me destruo,
E sou feliz.