Estações
Observo pela janela
Dias claros nada calmos
É verão, as pessoas estão afoitas
E chegam os meus preferidos
Noites frias, entre uma gota e outra
Lá se vem tanta chuva, é inverno
E falam das flores
Do perfume, das cores
A natureza se agita, é primavera
E vem o outono tão desnudo
Dias marrons tapetes de folhas
Tão triste quanto a sua cor
E continuo debruçada na janela
Tão inquieta quanta as estações
E tão de passagem quanto elas
Afinal é tudo temporal
A cada rabisco, chuvisco
Faço das palavras minha comoção
Um antídoto pra tratar dos males da razão
E despretensiosamente sigo,
Distante do que planejara
Mas perto do meu coração
Esse sim, é atemporal.