Morada de Fadas

Sou parente do próximo

vizinho do amigo,

sentinela da chuva,

perdoeiro dos inimigos.

Me faço andar

pelas pedras rústicas,

coloridas, mas dolosas,

mas,fico bem,

no ocaso do temor.

Se ainda me queres

não o tente:

o caminho é longo

e você perde o início

que nunca teve fim

e o fim que acabou

tão de repente.

Perde o tempo gasto,

o pêndulo da paz,

a comodidade da luz,

perde a coragem

e ganha fraquezas.

Se me queres,

manda me chamar:

estou no parque

do adeus.

Se me queres,

manda me chamar

estou

na cadeira fogosa

dos sem-amores

Lugar pleno

onde bate o inverno

e o sol não se divide

em dois.

É prá lá,

prá lá de mais longe,

no antro sem

luz,

perto da morada das fadas,

das árvores,

dos caminhos,

dos sozinhos.

dos banidos, que acabam

morrendo sem ninguém

escutar!

José Kappel
Enviado por José Kappel em 13/07/2006
Código do texto: T192932
Classificação de conteúdo: seguro