Morada de Fadas
Sou parente do próximo
vizinho do amigo,
sentinela da chuva,
perdoeiro dos inimigos.
Me faço andar
pelas pedras rústicas,
coloridas, mas dolosas,
mas,fico bem,
no ocaso do temor.
Se ainda me queres
não o tente:
o caminho é longo
e você perde o início
que nunca teve fim
e o fim que acabou
tão de repente.
Perde o tempo gasto,
o pêndulo da paz,
a comodidade da luz,
perde a coragem
e ganha fraquezas.
Se me queres,
manda me chamar:
estou no parque
do adeus.
Se me queres,
manda me chamar
estou
na cadeira fogosa
dos sem-amores
Lugar pleno
onde bate o inverno
e o sol não se divide
em dois.
É prá lá,
prá lá de mais longe,
no antro sem
luz,
perto da morada das fadas,
das árvores,
dos caminhos,
dos sozinhos.
dos banidos, que acabam
morrendo sem ninguém
escutar!