Espinho de Aço

Toda vez, não é toda hora:

nós somos iguais uma vez,

depois tudo se esmoa e se perde.

Mas de que vale o esforço

se não há onde levar?

Se ela não perdoa/não me perdoa!

Foge pelos espinhos e corredeiras,

mas perdoar é coisa de senão.

Senão eu não perdôo!

De que vale minhas rosas e jardins,

Meu vale, minhas montanhas,

o vento que me roça

o sol que apazinha?

Por isso, toda vez, não é toda hora

Cada minuto já dormiu no ontem,

o futuro é daqui há pouco

e o presente foi até logo.

Se tiver de voltar, não volto,

se pedir, não faço.

Rodo igual carrapeta,

mas pros braços dela

já não retorno.

Coisa fácil que eu

relembro:

ela só pensa no amanhã,

mas o amanhã morreu comigo

numa noite desta,

e chorei de dar pena!

José Kappel
Enviado por José Kappel em 13/07/2006
Código do texto: T192931
Classificação de conteúdo: seguro