Incongruências da Vida
Vejo as pessoas passando,
é um incansável ir e vir,
fico imaginando pra onde vão,
quem elas são, o que estão pensando.
Pensando em quais seriam
seus problemas, suas soluções,
seus sonhos, medos e planos.
tento, em vão, inventar mundos,
como uma fuga a lá Derridá.
Chego a conclusão que não passo
de uma agulha num palheiro,
não sou ninguém, não fiz nada pra mim,
muito menos pro mundo,
pras pessoas que vi passando
pra mudar algo em minha vida,
nos mundos que criei e me tranquei.
é uma obsessão tentar consertar
o que está errado com os outros,
nunca comigo, algo meio Amelie Poulain.
Então, recolho-me a minha insignificância,
ínfima, gélida, egoísta e hedonista,
bebo um gole de cerveja, fumo um cigarro
e brindo, sozinha, as incongruências da vida.