Inútil
Ela andou mais rápido que a estrada,
ignorou os atalhos, perseguindo borboletas
e se fez, escrevendo com a fumaça da neblina.
Ela amou mais que a imagem,
observou os detalhes, afundando os olhos na viagem
e se fez mulher sem deixar de ser a mesma menina.
Ela construiu verdades inocentes,
sem lembrar que existia a mentira,
e viu ao seu lado o nascer de uma ilusão fútil.
Ela foi mais quente que o sol da tarde,
e desabrochou num canteiro de poesia,
mesmo sabendo que ainda assim, seria inútil.