ELETROVADIA

rock'n'roll monters gilete

debaixo da língua do traveco

morto tresoitisticamente

quando a lua verteu lágrima,

na madrugarra do abutre de fogo

enquanto os crentes batem palmas

ao Nero Endemoniado

que multiplica a miséria pelos espantalhos

hipnorridos

na calçada fria o sexo bestial

é uma chacota dos anjos mirabolantes

do escracho - os energúmeros

que lubrificam de pedofilia

o altar vago de deus e de heróis

e o garoto que dispersou a infância

na contagem dos neurônios

sopra as cinzas do sonho na hora final do crack

Eu não esqueci do amor

apenas coço o saco na luz vermelha

da vagabundagem aonde os anjos da pax

criminale exibem os paus perebentos

debaixo das batinas sodômicas

da esmola no confessionário

no baile funk do coito anal motorviciado

A eletrovadia gargalha genitálias

ecoando pelas lesmas radiodifusas

o que nem eu nem você ousamos entender

porque o tempo é de lua decadente

escorregando o sorriso viciado

pela vidraças quebradas do preconceito

- monstro de um rock'n'roll caipira

halloween coroando a pomba gira

enquanto o pitágoras da favela

triangula penumbras multicores

no última dia da justiça sobre a terra