Tu és poema!
Tens necessidades de palavras,
Seus versos destemidos
Movem céus e terras.
Tomas posse d’alma,
Essa é a tua razão.
O vento não te leva,
És flecha no coração.
 
Tu és poema!
De amor, de solidão.
És abstrato sentimento
Loucura em pensamento
És gozo, és tormento.
Ler-te é deleite que extasia.
No corpo o desejo que inspira
És grafia da alma,
És  essência que inebria.
 
Tu és poema!
Que penetras olho a dentro,
Arrancas do coração
Um querer, um lamento,
É ungüento para as feridas.
Nas entrelinhas tu vertes
Carícias em profusão.
És segredos em desterro
Fora do coração.
 
Tu és poema!
Que sangra,
Parindo nas entrelinhas
Desejos e prazeres,
Seduzindo estrelas
Minguando luas
Derretendo horizontes.
Fazendo parte de mim
Me chame de poesia.