Inimigo domesticado


Deixarei, silente, o medo escorrer pelas pontas dos dedos.
Liberto, transformar-se-á em palavra,
E dirá coisas impuras, aprisionadas há tempos,
Revelando a lascívia dissimulada.

Deixarei que escrache com todos os meus desejos,
Que descreva o corpo, que desnude a alma.
E quando esgotarem-se os segredos,
Retomarei as rédeas do medo em minha palma.

Deixarei que se rebele em exíguos momentos,
Sem que perceba ser manipulado.
E o farei cúmplice de meus tormentos,
Inimigo rebelde domesticado.











 
Ly Sabas
Enviado por Ly Sabas em 12/07/2006
Reeditado em 14/01/2020
Código do texto: T192776
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