A POESIA DE CARLOS AUGUSTO AYRES DE FREITAS BRITTO _ II

Os versos de Carlos Britto são do livro VARAL DE BORBOLETRAS (2003).Publicação da Gráfica Editora J. Andrade. Aracaju/SE

Este diálogo que faço com os versos do Dr. Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto é uma demonstração de carinho a um dos mais queridos e brilhantes sergipanos.

Carlos Britto _ As coisas me entendem tanto que já não me perguntam nada.

Tânia Meneses _ As respostas me perguntam tanto que já não pergunto mais nada.

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Carlos Britto _ Os eclipses da chuva assombram os nordestinos.

Tânia Meneses _ Os nordestinos são seres mal assombrados contra o fogaréu do sol.

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Carlos Britto _ O meu peixinho de aquário morreu

e minha alegria submergiu com ele.

Tânia Meneses _ O meu peixinho pulou do aquário para a mesa/ e minha alegria desceu pela garganta do gato.

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Carlos Britto _ O avião pulsa no seio das nuvens como um coração de lata

Tânia Meneses _ Os passageiros são sardinhas conservadas em angústia ao molho de tomate.

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Carlos Britto _ (Nau vagar é preciso).

Tânia Meneses _ Navegar é precioso vagar.

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Carlos Britto _ Uma nuvem cinza toldou os olhos do rapazinho.

_ Saudade do avô que voou, como um passarinho.

Tânia Meneses _ E ficou lá, preso na gaiola da Eternidade.

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Carlos Britto _ Há um cordão invisível atrelando o amor às estrelas.

Por isso é que o amor é o sentimento mais alto.

Tânia Meneses _ As estrelas caem dos cachos de galáxias, cadentes amores.

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Carlos Britto _ É com muito pesar que as noites invernais abortam algumas luas cheias.

Tânia Meneses _ E alguns versos friorentos.

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Carlos Britto _ E o que dizer da lua cheia a ensandecer os potros no cercado?

Tânia Meneses _ Que a natureza é pura cópula.

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