VITRINE*

***

Que bobagem,

Seguir em fila,

Só pra ver alguém deitado

Numa cama que não é a sua.

Caras conhecidas,caras estranhas

Caras tristes,tormentosas...

Choram uns,fingem outros,e alguns,

Nem choram,e nem me notam.

Que momento indígno!

Ser apenas vitrine do nada.

Quero estar só,livre nesse final.

Todos olham um corpo,que envelheceu e morreu.

Ninguém vê a consciência,que cresceu e rejuvenesceu

Mesmo assim,se morro,para quê quero consciência afinal?

A morte,é o triunfo da vida,

É o estado mais democrático oferecido pela experiência

Da vida,onde:

Ninguém leva nada,ninguém pode nada, ninguém é nada.

***

Alzira Paiva Tavares

Olinda 16/11/09

arizla
Enviado por arizla em 15/11/2009
Código do texto: T1925695
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