Semeadura
Ando plantando em vão.
Há um vão onde as sementes caem...
E perdem-se!...
Continuo a semeadura.
Quem sabe, entre os milhares de sementes lançados,
ao menos uma semente não cai no abismo,
no vácuo;
ao menos uma, ao sopro do Espírito,
desvia-se da vala comum onde jazem meus esforços,
e germina, floresce, frutifica, gratifica e satisfaz minha sede, minha fome,
o meu desejo imenso desse amor que não nasce, que não renasce?...
Mais dura que a terra, sou eu, que não me rendo!
A Esperança já se cansou.
Mais forte que a Esperança, sou eu, que não me canso.
Mais perto está o inferno, onde não danço.
Mais longe está o céu, e alcanço!
Tenho palavras.
Planto-as...