Semeadura

Ando plantando em vão.

Há um vão onde as sementes caem...

E perdem-se!...

Continuo a semeadura.

Quem sabe, entre os milhares de sementes lançados,

ao menos uma semente não cai no abismo,

no vácuo;

ao menos uma, ao sopro do Espírito,

desvia-se da vala comum onde jazem meus esforços,

e germina, floresce, frutifica, gratifica e satisfaz minha sede, minha fome,

o meu desejo imenso desse amor que não nasce, que não renasce?...

Mais dura que a terra, sou eu, que não me rendo!

A Esperança já se cansou.

Mais forte que a Esperança, sou eu, que não me canso.

Mais perto está o inferno, onde não danço.

Mais longe está o céu, e alcanço!

Tenho palavras.

Planto-as...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 12/07/2006
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