HORTÊNCIAS

Um buquê de hortênsias, só de hortênsia,

Enfeita todo o meu passado e presente,

Recorda-me a infância e a inocência,

A imagem sumida e vida de um parente.

Hortênsia cachos de flores cálidas,

Porém tem a cor sóbria da saudade,

Enfeitas minhas noites pálidas

Que misturam dentro da tarde.

Tens a cor do mistério, tão envolvido

Na vida, no tempo e na morte,

Teu nome, ó flor, me vem ao ouvido

Como um presente da própria sorte.

Estás plantada outra vez, novamente,

Na aurora do dia de nossas vidas,

Conserva-se assim a semente

Para que a tenhamos depois de colhidas.

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 15/11/2009
Reeditado em 15/11/2009
Código do texto: T1925365