A TARDE
Eu sempre gosto de escrever dentro da tarde.
Tenho-a como amigo, inspira-me confiança,
Faz-me sentir esta sensação de liberdade,
Ao me mostrar o quanto é bela a esperança.
A tarde para mim é do tempo, pedaços
Da qual aproveito os meus momentos,
Apesar dos seus curtos braços
Acaricia-me a alma e os pensamentos.
Enquanto o dia se despende mansamente,
Ela (a tarde) tão pequenina e pouca,
Chega humilde e vem naturalmente
Colocar palavras doces em minha boca
que passo para o papel, porque estás longe
E faço com que chegue até você a saudade;
E sem fazer perguntas veste-se como monge
O seu roupão singelo, sem vaidade...
E vai cumprir sua tarefa que é esperar
um outro dia, faça chuva ou faça sol,
Ela volta tão pequenina e chegando devagar
Ainda mostra-me na vida o maravilhoso arrebol.