Labirintus

ando tanto em mim,

do avesso ao reverso,

e vice-versa

quando te encontro enfim?

um caminho

e me perco,

um passo

tropeço em pedra

quebro o sonho

derramo a luz

acendo a lua

e lá se vão

aos trancos e barrancos

em todos os vãos

tantos eus

todos nus

labirintus

labirintus

saídas?

mais becos,

ângulos obscuros, estreitos,

outros; iluminados, ofuscam,

labirintus,

labirintus

divertido, algumas vezes,

páro num canto

dissolvo ao chão em lágrimas

segredos

em qualquer direção,

encontro e escapo

sem semáforos

nem placas,

sigo às cegas

a sina que me reserva

a única trilha

caverna...

é toda saída e entrada

minha e de muitas gerações,

há paz nesses caminhos?

labirintus

labirintus

Ao poeta Fernando Tanajura que intitulou essa poesia num "conversê" que fiz ao seu poetrix "Labirinto".

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 12/07/2006
Reeditado em 12/07/2006
Código do texto: T192419