Labirintus
ando tanto em mim,
do avesso ao reverso,
e vice-versa
quando te encontro enfim?
um caminho
e me perco,
um passo
tropeço em pedra
quebro o sonho
derramo a luz
acendo a lua
e lá se vão
aos trancos e barrancos
em todos os vãos
tantos eus
todos nus
labirintus
labirintus
saídas?
mais becos,
ângulos obscuros, estreitos,
outros; iluminados, ofuscam,
labirintus,
labirintus
divertido, algumas vezes,
páro num canto
dissolvo ao chão em lágrimas
segredos
em qualquer direção,
encontro e escapo
sem semáforos
nem placas,
sigo às cegas
a sina que me reserva
a única trilha
caverna...
é toda saída e entrada
minha e de muitas gerações,
há paz nesses caminhos?
labirintus
labirintus
Ao poeta Fernando Tanajura que intitulou essa poesia num "conversê" que fiz ao seu poetrix "Labirinto".