quase todo mundo

Ando meio torto, calado e pouco

Sem ter por direito alguma explicação

E os tempos se desfazem como poeira ao vento

Talvez, o mal do século seja a nova solidão

Eu sou tudo aquilo que quase todo mundo sente

Na verdade, improviso os dias e sigo em frente

Tiro alguns desejos da carteira

Compro alguns sonhos nas vitrines

Mas não me acho

Simplesmente me calo

Eu sou a metade da metade de tudo e quase nada

Eu sou o meio termo

Que antecede as palavras

Eu sou o amor

Transfigurado, amargurado, romântico e falado

Eu sou o amor comprado

Eu sou quase todo mundo assim

Mas nunca consigo ser eu.