ENFISEMA
É uma coisa que me transe
Excita
Essa maldita
Me rasga
Deusa
Impiedade
Desdita
Ai, te amo
Sou louca, possessa
Nela vivo imersa
E essa insana me gasta
E me decompõe
Transmuta um
Em mil corações
Um pensamento em uma galáxia
Afunda-me nos buracos negros
Leva-me a lugares ermos e belos
Rasga minha roupa
Prende os meus em seus braços
Morde-me a boca
Sangra-me a língua
Emagrece-me as coxas
Afunda-me os olhos
Puxa-me os cabelos
Comprime luxuriosa meus seios
Sussurra-me aos ouvidos
Cegam-me seus enleios
Veste-me a fantasia
Come o meu juízo de noite e de dia
Enfisema de amor
Poesia