Se acaso eu fosse um poeta

Se acaso eu fosse um poeta

Dedicaria esse texto a ti

Assinaria antes de partir

À minha amante, à minha deusa secreta

Contudo, poeta eu não sou

Muito menos teu nome eu sei

Logicamente, conquanto, saberei

Se profundamente, em mim, algo mudou

Queria ao menos ter uma chance

De teus lábios, teu nome, ver sair

Depois de um elogio, quem sabe, te ver sorrir

Relembraria esta cena por todos os instantes

Me esforço para conseguir te impressionar

Mas não acho palavras para te oferecer

Talvez na próxima vida, desde quando eu nascer

Palavras eu vá reunindo, para te dedicar

Incompetente, eu sei, assumo que sou

Porém, poesia é um dom, não se aprende a fazer

O certo é que eu não consigo esquecer

Da tentativa perfeita, que não se consumou

Me despeço de ti com apenas uma certeza

Teu tempo é precioso demais para perderes comigo

Sei que meu texto tu não lerás, porém, não ligo

Olhar para o nada te dará mais beleza

Continuo, teimoso, mas serei bem breve

Poeta não sou, certamente tu sabes

Um pedido, apenas, caso haja milagres

O que me fazes sentir, por favor, não carregue