VIAGEM
Minha janela descortina a noite calma
E eu descubro uma galáxia rodopiante
Na imensidão girante das estrelas
Sou um minúsculo resquício
De poeira cósmica.
Tento seguir aquele astro alaranjado
Irmão do sol, talvez
Só mais distante.
Me perco em órbitas exatas
Minha imaginação se exalta
Na grandiosidade que me extasia
Os olhos.
Descubro brilhos gêmeos
Distantes um do outro
Que frente ao pouco alcance da visão
Se apresentam unidos como um todo.
Da janela me transporto
Em caminhadas errantes
Sem destino.
Sinto que o corpo imóvel lá ficou
Só o espírito voa e tudo alcança.
Errante ainda me encontro
No alucinante desejo de encontrar
A esperança
Em outro espaço, em outro mundo
Na desesperada tentativa de esquecer
Os meus problemas.