Fado de Abril.
O fado corta o ar voa sem alvo
O verso quer o rumo no volver
A rota cega encontra cada ser
E cada medo são cultua um bravo.
Um bardo arrisca um verso pelo cravo
A moça lança flores por abril
Calando Marte e a boca do fuzil
E a dor febril espanta o desagravo.
A face torna a capital do riso
E cada choro encontra num sonhador
E quantos cravos mais serão precisos
No peito morto de algum ditador
O canto embala manso num aviso:
Quem calará no povo o riso e a dor?