ALTIVEZ

Depois de percorrer

meus pensamentos confusos,

rebentado e escasso,

termino de escrever

a poesia nova,

rebento indócil

que me rasga todo dia.

Olho pra ela e dela rio. Sem muita razão.

E quando vou repousar

deixando-a no livro aberto

de quem a lê sem sofrimentos

com os olhos gordos,

ela livre e de ninguém,

fica toda cheia de zombas.

Olha para mim e de mim ri também. Com razão.

Deixamos assim

os pratos da balança

no mesmo nível. E o fiel com ciúmes.