OVELHA DESGARRADA

Leio como se fosse a vida

Sinto como se fosse a morte

Em mim penetra como se fosse adaga

De mim se esconde como se fosse a sorte

Busco e rebusco

Estremeço

Nem fim e nem começo

Nem meio nem tropeço

Absorvo a matriz

Dos versos que te fiz

Circulam em minhas veias

Espreitando

Correndo

Por um triz

Salvo a vida

Mato a morte

Saro a ferida

Entro pelo coração

Aterrisso em sua mão

Decolo e canto solo

O cordeiro imolo

Ovelha desgarrada, perdida

Senhor, perdão