Dor

Dor

É aquela coisa

intragável

inóspita

que aos pouquinhos

vai nos despicando

de dentro para fora

É aquela coisa

que dá calafrios

que a gente tem como pior pesadelo

e que aos pouquinhos

vai nos envolvendo

e a cada segundo que pensamos

em não conseguir resistir

aumenta desesperadamente

É aquela coisa

que de tanto nos perfurar

faz de nós os mais covardes seres

pois ainda quando a ela resistimos

coragem infinita não é suficiente

pois não há quem deseje dela se livrar

não há quem a ela não sente o corpo

mesmo resistente

sucumbir as vezes completamente

veemente

É aquela coisa

que nos expreme por dentro

só para ver o sumo que irá escorrer

Dos pulmões

um escarro pode ser um ultimo suspiro

Do estômago

um vômito pode ser o ultimo resquício

Da cabeça

uma dor por ser o sinal de uma ultima ação

Mas do coração

o sumo que irá escorrer

pode ser a ultima lágrima

e sem vida essa lágrima

pode anunciar uma parada

parada fim de vida

parada fim de vontade de vida

parada fim de luta pela vida

ou pode trazer as novas

anunciando a vinda de outras lágrimas

o aumento dessa dor

sempre

mais e mais...

A diferença é que o sumo mortal

que sai esprimido

por quem daqui se vai é desejado

com enorme ênfase para a vida alastrar

Enquanto que a vida continua para quem

ainda muito irá expremer ao coração

mas estes que sentem a vida

se indo e vindo

o maior desejo é que de uma vez por todas

ela jamais aflija

Á vida aqui se deseja

de uma vez

é que se vá...

Ass: Danielle Rodrigues Guimarães

Danielle Rodrigues Guimarães
Enviado por Danielle Rodrigues Guimarães em 11/11/2009
Reeditado em 13/10/2012
Código do texto: T1918410
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