[Resposta Casual]
[Para Ana Maria Costa, em
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/1285696]
A poeta pergunta:
— Até quando persistirá o deserto?
Resposta casual:
enquanto o olhar for sedento,
cansado e não achar pousada;
enquanto na noite o corpo
se agitar insone e só;
enquanto um qualquer rumo
for rumo para os passos;
enquanto a onda infrene do desejo
percorrer as veias sem achar saída;
enquanto a perscrutação não obtiver do
Quando... uma resposta clara;
enquanto os gerúndios da vida
não forem curtidos a dois —
haverá o deserto, deserta será a vida...
Será? Tudo é... e também não é —
o que é mais perigoso:
calar ou afirmar?!
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[Penas do Desterro, 11 de novembro de 2009]