POESIA DISPERSA
Hão de ser
as visceras
- intuitivas e imortais -
sinais de perigo
Como se não bastasse
o corpo
destroçado e esquartejado
pelos sinais
que a incandescencia
não é capaz de iluminar
Há no início
forjado a tantos séculos
o pé esquerdo - do azar
ou da melhor forma
de entonar
falta de sorte
Quando canos reluzentes
- e de verdade -
ferrugens de um ido tempo
que volve agora
com tamanho e força
que é a real intenção
dos que os empunhavam
Causam tremor e medo
maior que nos gritos
que levam dos delírios
A carne ainda de visceras
senhora -temer
Há!! que cenão
O delírio trêmulo
do que se transforma
em anão
Senhor que pretende
a toda voz - letra e palavra - ser
poeta
mal fala, mal versa
pobre sem alma
alí, dono da poesia
dispersa