POESIA DISPERSA

Hão de ser

as visceras

- intuitivas e imortais -

sinais de perigo

Como se não bastasse

o corpo

destroçado e esquartejado

pelos sinais

que a incandescencia

não é capaz de iluminar

Há no início

forjado a tantos séculos

o pé esquerdo - do azar

ou da melhor forma

de entonar

falta de sorte

Quando canos reluzentes

- e de verdade -

ferrugens de um ido tempo

que volve agora

com tamanho e força

que é a real intenção

dos que os empunhavam

Causam tremor e medo

maior que nos gritos

que levam dos delírios

A carne ainda de visceras

senhora -temer

Há!! que cenão

O delírio trêmulo

do que se transforma

em anão

Senhor que pretende

a toda voz - letra e palavra - ser

poeta

mal fala, mal versa

pobre sem alma

alí, dono da poesia

dispersa

Sylvio Neto
Enviado por Sylvio Neto em 23/05/2005
Código do texto: T19176