Rompendo mordaças
Tomado de coragem
seu peito grita, se agita,
um grito brutal, violento, selvagem.
É cada palavra esquecida, não dita.
O silêncio, outrora reinante,
a compungir sua alma quebrada
vai cedendo, assim, vacilante
a toda palavra agora gritada.
Rompendo mordaças antigas,
canta as velhas cantigas
que criança, o faziam dormir.
O canto desperta o ente dormente
da febre latente, demente
e já não há quem não possa seu canto ouvir.